sábado, 16 de agosto de 2008

Você FOI o melhor dos meus casos.

Foi numa festa, dessas festas malucas, com muito álcool, muita droga, pessoas se conhecendo, pessoas se agarrando, pessoas discutindo, foi numa festa dessas que nos conhecemos. Você era um dos que estavam se agarrando. Confesso que não notei muito a tua presença aquela noite. Meus olhares com segundas intenções estavam voltados para dois de seus amigos. Sim, dois( eu não prestava). Acabei sendo mais uma das pessoas que estavam se agarrando, os dois amigos seus acabaram se tornando amigos meus também, e conseqüentemente eu te conheceria melhor. Mas enfim, depois daquela festa, acabei indo todos os dias para o tal ponto de encontro do povo alternativo dessa cidade. Confesso, eu tinha nojo daquele lugar antes de freqüentar ele( meu nojo voltou). Tinha nojo do lugar, das pessoas, dos bares, e achava ridículo quem ficava lá. Foi lá que acabamos nos conhecendo melhor, confessando casos de amores impossíveis, relacionamentos trágicos, descobrindo pontos em comum como complexo de feiúra, tosquices, cachorrices. Foi ótimo aquele dia. Melhores ainda os que estavam por vir. Tudo do seu lado me era(é) mágico. Perfeito. Nos víamos todos os dias, eu ia só pra te ver, parecia que você era o único que me entendia, e eu era a única que te entendia( como você costuma dizer ainda). O que eu senti por ti desde o começo foi uma amizade intensa. Via-te como amigo como alguém que eu poderia contar sempre. SEMPRE. Numa das nossas conversas, eu estava de pé, e você sentado, você me puxou pela cintura e me deu um abraço, encaixando sua cabeça sobre meus seios, deixando seu cabelo roçando meu nariz, obrigando a passar as mãos carinhosamente em você.( como você ainda faz) e eu retribui( como eu tento não retribuir mais), eu achei estranho aquele gesto, me soltei dos seus braços, e sentei ao seu lado. Nunca eu tinha sentido um olhar. E o nosso eu senti. Eu li os seus pensamentos, e você leu os meus, foi tão incrível, porque na mesma hora a gente falou a mesma coisa: Tu ta pensando o mesmo que eu? E de novo a gente só se olhou, isso bastou pra entendermos o que nós dois queríamos. Foi bom. O beijo foi ótimo. Foi surreal, mágico( por conta de como aconteceu, rápido). Depois desse dia uma tempestade de coisas, situações, discussões aconteceram. Era ambos tentando ser fieis um ao outro. Uma coisa meio impossível. Lembro que você, um dia, pediu permissão pra ficar com uma guriazinha lá. O que eu ia dizer? Me diz?? Você ia ficar igual...Até parecia que você não via que eu estava realmente gostando de você. Mas ta! Não falei nada, quer dizer, falei sim: tu faz o que tu quer da tua vida. Foi lá e ficou. Na minha frente. Idiota. Não consegui te odiar, nem com isso. Uma amiga minha foi lá xingar você, e ela me dizia: Sai dessa, tu sabe que ele vai sempre fazer isso. Não te ilude. E eu mandava ela calar a boca. Depois tu voltou, com aquela cara de cachorro pidão perguntando se eu tinha ficado brava. E eu: tchau. To indo. E todas as vezes que nos encontrávamos era assim, você dizia que gostava de mim, que queria tentar algo sério, mas que sabia que eu não iria conseguir, afinal, eu não prestava. Você não presta também, eu respondia. Pois bem, foi que foi que decidimos tentar ficar juntos, sem traições. Achava mesmo que ia dar certo? Não, a gente sabia que não. Mas foi legal tentar. Um dia saímos sozinhos, incrivelmente eu consegui, não fiquei com ninguém. Ninguém. E você jurava que eu tinha ficado, até hoje não acredita em mim. Nesse dia jurei que não iria mais querer te ver, mas não. Só em deu mais vontade em ter você perto de mim. Pulando algumas situações, ta, eu confesso que fiquei com outras pessoas, mas eu sei que você também ficava. Mas ta. Quando estávamos juntos, de verdade, tentando ao menos, me contaram que tu tinha ficado com uma outra no meio daquele lugar, ou seja, todo mundo viu. Massa. Quando fiquei sabendo, nossa, queria te matar e jurei, e te falei, lembra? Nunca mais olha na minha cara, eu tava realmente gostando de ti, e tu vai e faz isso comigo. Nunca mais quero te ver, nem pintado de ouro, nem quero mais ouvir a tua voz. Nunca mais fala comigo, ouviu? NUNCAMAIS. Naquele momento eu te apaguei da minha vida e voltei a ser aquela que você estava tentando me fazer deixar de ser, que você estava conseguindo. Passou um mês mais ou menos. Eu já tinha ido, voltado, com mil casos. E você também. Mesmo não nos falando mais, e mesmo nos vendo e nem olhando na cara, a gente se entendia. Pois bem, chegou o dia do seu aniversário, eu confesso, não me lembrei. Fui naquele bar super na boa, sem saber que ia te encontrar lá. Eu estava acompanhada. Mas foda-se também odeio ficar sem ninguém. Quando entrei lá, quem que eu vejo? Todos ali, bebendo e comemorando o aniversário. Passei reto. Nem olhei. Puxei minha companhia e subimos pra boate. No meio da noite, desci pra respirar um pouco lá fora, e infelizmente não tinha como eu sair sem passar por você, ali no bar, grudado a porta. Quando fui sair, ouço um grito, você estava bêbado, mas sabe, quando estamos bêbados falamos as verdades. Era meu nome no grito, e o grito era vindo da sua boca: Vem cá. E eu: não. Vem cá agora - não vou ir. E você falou a tão famosa frase pra minha companhia. Larga ela, tu dizia. Pensa que ta aonde? Larga a mari. E eu: cala a boca! E tu começou a se aproximar de mim e falou: não vai me dar parabéns. E eu: parabéns. E tu, gritando e quase que me batendo, os guris tendo que te segurar: por que tu me excluiu de tudo? E eu: por que tu sabe muito bem o que tu fez. E eu querendo sair, e tu se aproximou mais ainda, rosto com rosto, tu estava com raiva. Eu tinha conversando com os guris antes, por que tinha passado a minha raiva e eu queria voltar a falar com você. Mas quem tinha me excluído tinha sido você. Ai eu comecei a perguntar: por que tu me excluiu?? E tu gritando: porrr que tu disse que não queria mais me ver, que não era mais pra eu falar com você. E pegou uma garrafa, e não parava de gritar e de se aproximar de mim. Eu discuti contigo mesmo, tava ali, fazendo fiasco, brigando com que tava comigo, com quem me amava. Mas claro ninguém podia estar comigo. Eu tinha(tenho?) que ser sozinha. Sua e de mais ninguém..Tenho que esperar a sua vontade de ficar comigo ser maior que o medo. Os guris pediram pra eu sair, enquanto eles seguravam você. Sai. Quando entrei, você veio, me deu um abraço e falou: Por que tu ta com essa criatura? Por que não ta comigo? E me pediu desculpas pelo que tinha feito antes. Eu não falei nada. Tirei novamente seus braços de mim e sai. Aquilo mexeu demais comigo. Tudo e todos pra mim passaram a ser inferiores a você. Outra noite, nesse mesmo bar, eu estava com a mesma companhia, e você, namorando alguém que não estava ali, é sempre assim, você sempre ta namorando e a pessoa que ta sempre do teu lado sou eu. Fugi de quem estava comigo por que você disse que queria conversar comigo, e mandou a minha companhia a merda. Pois bem, fomos conversar nas escadas daquele prédio. Você falou que não sabia por que gostava de mim, não entendia, mas que gostava, demais, que se sentia bem do meu lado e que estava com saudades de ficar comigo. Respondi na mesma moeda. Nos beijamos novamente. Normal. A gente não presta, lembra? Sabia que eu sofri por tua causa? Creio que não! Por que sempre tu vinha com esse papo, que gostava de mim, que queria alguma coisa séria comigo. Que odiava me ver com as outras pessoas, que não gostava de me ver ficando com outras pessoas. E eu? Tu acha q eu não sentia nada? Nossos destinos tiveram rumos opostos. Acabei tendo um caso com um dos seus amigos, isso nos aproximou. E eu e você nos tornamos melhores amigos. Tem coisas sobre mim que só você sabe. E tem coisas sobre você que só eu sei. Sentimentos, entende? Eu preciso sempre te ver, entende? Eu preciso ver as tuas coisas idiotas. Por que eu faço as mesmas coisas idiotas. Você me diz quase que todos os dias que eu estou muito linda. E me dá aqueles abraços. Beijos de canto da boca. Eu te amo ditos. Por que eu não tenho nojo de nada do que você faz e você vive reclamando que quer alguém sempre do lado, quer uma mulher amiga, companheira, que vá contigo em todos os lugares, que beba, que fume, que fale merda e de risada das merdas que fale. E eu sou a única guria que aceita as tuas flores, aquelas que você rouba dos jardins alheios.Lembra? Elas estão todas guardadas dentro de um livro, pra eu sempre lembrar de você. Você sempre diz: A fulana nunca aceita minhas flores, sempre joga no chão e diz que eu sou tosco, incrível como a única guria que aceita elas é a mari. Será que tu não viu que eu sou tudo isso? É. Eu sei, você hoje esta com outra. E eu to ai, vivendo a minha vida, com outros. Tentando. Mas o beijo que aconteceu semana passada mexeu demais comigo. Sabe né, a gente não presta. Hoje tu me olhou com aquela cara de cachorro pidão, e dizendo que eu to estranha contigo. Não. Você que está. Sempre que ta com ela parece que esquece que eu existo. Parece que tem medo. To conhecendo outras pessoas sim, e não é por isso que tu vai me perde. Tu ta me perdendo por tua culpa. Ninguém ta me tirando de você, como você diz. Eu vou estar sempre aqui, sempre pronta pra ir aonde for com você. Somos melhores amigos, lembra? Por que será que tu sempre me chama pra ir aos lugares contigo? Por que não chama ela? Por que tu sabe que eu sempre vou estar do teu lado. Momentos assim eu não vou esquecer jamais. Tem uma hora na vida que a gente tem que admitir algumas coisas, aqui eu admito meu amor por ti. Como amigo, ou como homem. Hoje eu só queria ouvir qualquer palavra tua, qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria, hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito, nem que seja só pra te levar pra casa, depois de um dia normal. Hoje eu preciso tomar uma dose, ouvindo você reclamar... Um tempo longe de tudo isso vai ser bom. Pra mim. O beijo recente ainda ta em mim. Gosto tanto de você que só me dei conta agora. Mas sabe né, eu não presto. Você também não presta. E veio de novo me falar tudo que me faz bem e ao mesmo tempo mal. Por que insiste em dizer que gosta de mim? por que ta com outra então? Por isso deixo essa história sem final.




Obs: Hoje tive que usar o blog como forma de desabafar. Precisava escrever isso. Foi uma indireta mais direta do mundo. Quem ler isso eu sei que vai entender. Tenho certeza que vai entender. Escancarei mesmo meus sentimentos nesse post. E eu sei que ficou infantil, mas qual é o desabafo de amor que não fica infantil!? Obrigada a quem leu tudooo isso. Beijos.

5 comentários:

Paulo Vilmar disse...

M!
Qualquer desabafo de amor é a expressão do sentimento, não tem iade, não é cronologico, nem lógico, nem adulto, nem infantil...
Belíssimo!
Beijos

Carol Veiga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

do nda tava na net, digitei no google uma frase, e abriu esta pagina. e sabe, sei bem o q vc sente. Estou na mesma situação, não tem como aconselhar, pois acredito que não há o q fazer. O tempo vai dizer, mas de algo eu tenho ctza, não prestamos, eles tbém não.. muitos rolos ainda estão por vir...

anela disse...

Engraçada essa necessidade que temos de ler os depoimentos do outros para garantir a nos mesmos que somos normais (ou não?)Ah esses desencontros da vida, enquanto lia me lembrei de uma música que gosto que diz assim "Sou perfeita porque igualzinho a você, eu não presto" (Sob medida - Isabella Taviani)

Rafaela Hübner disse...

Eu li, e me identifiquei com partes. Tu escreve com o coração, guria, não de modo infantil :D