quinta-feira, 26 de junho de 2008

No final sempre é nada


Sorrateiro!
enlouquecedora noite chuvosa fria!
sorrateiro!
sensação perdida entre as gotas sujas da agua da chuva que cai na janela do meu quarto.
Já caminhei demais pelo mesmo chão que tu pisa.
Já joguei minhas cartas na mesa, já as tirei, já as rasguei
já comprei um baralho novo
e novamente na mesa eu as pus.
Já guardei sorriso quando vi que você vinha
já calei o choro quando vi que você não vinha
Mandei a merda quem me acalentava quando eu sofria e beijos a você que me fazia sofrer.
sorrateiro!
Maldito sentimento sorrateiro.
Vem de mansinho
sem avisar
assim como vem o sol depois de dias de chuva.
Mas tempo tem previsão.
Meu corpo não...
humanos não tem previsão.
Achei uma carta perdida em cima da geladeira
Não. Não era sua.
Você nunca escreveu.( ao menos pra mim)
Teus passos são lentos, caminha com serenidade e sem compromissos
e mesmo lentos sendo teus passos
eu estou cansando de correr pra permanecer ao teu lado.
sorrateiro.
assim como vem
assim se vá.
sorrateiro, pra não deixar pontos abertos.
No final de tudo
sempre é nada.

2 comentários:

sagher disse...

pois mas o nada é memória e a memória pesa como toneladas

ariadne disse...

nossa, que lindo
me identifiquei com o seu texto
desculpa não ter aparecido antes

grande beijo