Há momentos nessa existência em
que essa existência tenta nos mostrar que as coisas podem ser muito além
daquilo que achamos que poderíamos compreender.
Tenho tido dores de tensão, tenho
enfrentado situações que possivelmente quem me vê com livros nas mãos,
conversando no intervalo da faculdade, fumando um cigarro (agora, artigo de
luxo) talvez não imagine que tal situação seja de tamanha dificuldade, dessas
em que se pensa se vale a pena continuar vivo, tenho enfrentado e conseguido
passar ilesa (ao menos fisicamente) e imagino, com meu cigarro na mão, vendo às
estrelas a noite, num final de semana de frio se isso terá fim, e sonho com
esse fim, e meus amigos, a esperança é minha maior aliada, essa palavra, essa
coisa que faz com que nos levantemos pela manha imaginando, acreditando, crendo
que essa luz que tanto falam, sim, ela há de existir no fim do mundo. Esperemos
esperança!
Tenho achado o som das palavras das conversas das
pessoas tão nojento, finjo que escuto, finjo que falo, concordo com que todos
concordam, discordo do que todos discordam, minha experiência mostrou-me que o
esforço em discordar é inútil, guardo comigo essa sabedoria e deixo assim,
pensarem que sou estúpida, não me sinto estúpida, mas tanto faz. Já não choro
mais, algumas pessoas já não acreditam em mim, acho que se comentar qualquer
coisa sobre qualquer experiência que tenha tido tachar-me-iam de louca, seria a
caça as bruxas, sim, ainda temos isso nos dias de hoje, das pessoas evoluídas,
das mulheres independentes, mas que ainda bajulam seus homens com mesas postas
e incrivelmente impecáveis, aguentando desaforos e reclamações da comida não
feita de acordo com seu gosto, com medo e receio de que de outra forma não mais
as queiram. Já faz um ano que não escrevo, fiquei neste marasmo introspectivo, feito
um observatório das relações humanas. Vi, ouvi, deduzi e confirmei tantas
coisas que deixo para outro dia, hoje é para matar o lapso temporal do blog.
Jusqu'à bientôt!