segunda-feira, 27 de abril de 2009

Por nós

Em noites
tardes
dias
24 horas
choros e sorrisos
cafés da manhã e almoço com briga
jantar pastel
café no inverno
abraços
beijos
saudade
amor de tempos
amor sorrateiro
amor companheiro
amor amigo amor
já crescemos
já ficamos em casa num sábado a noite
e já não fumamos tantos cigarros como antes
voa tempo
na conversa ao telefone
tua voz fala comigo com a mesma intimidade
e nossas conversas ainda são as mesmas
com algo a acrescentar
mas as mesmas.
Por nós
saudade saudade saudade saudade saudade...

segunda-feira, 20 de abril de 2009



Julia - Luisa Mandou um Beijo


Acorde tarde, Julia
Você nunca se lembra
Acorde tarde, Julia
Você nunca se lembra
Que um dia eu vou chegar
Trazendo-lhe o sol
Estamapado na camisa
E uma luneta de montar

Pra contar estrelas de manhã
Pra contar estrelas
Pra contar estrelas de manhã
Pra contar estrelas

Cigarro aceso entre seus dedos
Olhar de resignação
Tu sabes que um dia eu vou partir

Achei essa banda muito legal. Interessante. As letras são tão doces...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A ladra


Hoje eu roubei a alma de uma borboleta branca. Eu sei roubar almas não é um hobby normal, mas eu não consigo, quando eu vejo, já roubei alguma. Acha que eu não fico com peso na consciência depois!? Fico, lógico que fico! Mas me é tão prazeroso fazer alguma coisa por mim, tão por mim, só por mim. Roubar almas é assim, eu não posso dividir uma alma com alguém, almas são únicas, algumas até raras, já vi almas de todos os tipos. Você quer saber como tudo começou, não é? Não tenha medo, chega mais perto! Isso, assim está ótimo. Como tudo começou!? Pois bem, eu sempre fui muito agitada, sabe! Não tinha paciência pra cuidar de mim. Cuidava dos outros, mas de mim, de mim eu esquecia; e foi então que conheci as almas. Era inverno, julho, se não me engano, novamente eu pensava nele, demais, e acabei fazendo isso durante todo o verão, outono, e o inverno seria mais 30 dias dessa nostalgia que já havia feito casa dentro do meu corpo, foi então que por mim passou uma jovem de cabelos negros, curtos, caminhava rápido, e sorria muito, e eu não conseguia entender como ela podia sorrir enquanto outros sofriam, aquela felicidade me incomodava, me enojava, ela passou rapidamente, e me olhou profundamente nos olhos, com aquele sorriso estampado na cara redonda dela, esses segundos de olho no olho, foram eles os culpados, eu vi a alma ali, tão linda, ela tinha cor de pêssego, eu juro que podia ate tocá-la de tão vibrante que ela me apareceu, e então a moça da cara redonda baixou os olhos e correu. O que eu fiz, e como eu fiz eu não sei, nunca lembro. Só sei que me vi com alma cor de pêssego em minhas mãos, suadas. Eu não sabia o que fazer com aquilo, o cheiro que vinha dela era tão bom, era doce, que eu corri para casa, com ela escondida dentro da minha jaqueta de jeans, o aroma invadiu a casa inteira. Coloquei a dita cuja dentro da minha gaveta de meias.Deitei tentando entender o que havia acontecido, o que eu havia feito!? Pensei por um bom tempo, pensei em devolver a alma pra moça, mas não...a alma veio até mim, isso eu senti. Devolver seria um sinal de fracasso, mais uma vez! Dormi. Acordei. Feliz, como se alguém tivesse passado as mãos em meus cabelos a noite inteira, entende o que quero dizer? Fui até a gaveta, puxei, e não encontrei. A minha primeira alma estava dentro de mim, me renovando. Desde desse dia, roubar alma das pessoas se tornou tão necessário pra mim quanto comer, beber, ir ao banheiro. Você pode passar a vida deitado em sua cama, sentindo dor, ou apenas fingindo, fingindo sentir dor por não ter coragem de colocar a cara pra fora e respirar fundo as vidas que vivem enquanto você dorme, e se você sair da toca, jogar o corpo pra fora, você encontrara almas vivas, não mortas como a sua. Eu estava assim, levantava da cama pra atender ao telefone e dizer que não havia ninguém em casa, pobre do coitado que estava do outro lado da linha, sentiu meu desprezo. Quanto às almas, me fizeram muito bem. Eu sei, é egoísmo da minha parte deixar pessoas, coisas, vivas, sem alma... como elas vivem, como estão, isso eu não sei, sei que me fazem bem. E é isso que me importa agora, meu bem.A ultima foi a borboleta branca. Branco na minha teoria insignificante me soa eternidade, que coisa idiota isso, eternidade, mas enfim. Ela passou por mim, as 23 horas de um sábado. Roubei, mas tenho a impressão de que ela foi a ultima. Borboletas morrem em 24 horas. Não pensei nisso na hora em que roubei. Pensei quando cheguei em casa, ai sim, tentei vomitar ela, clamei por santo Antonio, e chorei. Ela estava em mim, e não havia fé vinda em ultima hora que fizesse isso mudar. Eu tinha 24 horas, asas nas costas e ninguém do meu lado. A ultima alma se vingou, quem sabe é isso. Escrevi isso nas ultimas horas. A Eternidade me comeu.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Da minha/tua loucura...

...da fumaça do cigarro, da lua exibida, do olho amarelo do meu gato preto, do cheiro da gola da tua blusa, do beijo molhado, do suor do teu pescoço, do gosto da lagrima, da minha mão rasgando o travesseiro, da recusa de caricias sobre meu corpo de quem eu não conheço, do café com poesia, da música escolhida, da minha calma (mais calma), do pedaço de amor que eu provei, do gole de cerveja, dos ciúmes, da provocação, da birra, do verão, do inverno, outono e primavera, do lírio, do cinema, do convite, do medo (de não ter medo), da liberdade, da paixão, do sussurro ao pé do ouvido, da mordida na bochecha, do telefone, das horas, das madrugadas, da desconfiança, da insegurança, das palavras não ditas (que no final, sempre são ditas), das confissões de adolescente, do amor amadurecendo (e doendo), das voltas (muitas), do destino, da casualidade, dos pensamentos (transmitidos, que assustam), da inteligência, dos livros, do Caio e da Clarice, da cozinha e da cena de cinema, dos olhares maldosos, dos mesmos, apaixonados, dos amores passados (sofridos), da aflição de não saber, do querer e não querer, dos abandonos, dos amores passageiros (bons, mas passa.li.geiro). E voltamos, eis ai - Do porque que eu te amo.